COLAGENS DO DIA
“Quando constatamos o fato de que milhares de pessoas, desempenhando funções diferentes, unem-se, através do ciberespaço, com o objetivo de produzir não só programas de computador, mas conhecimento na forma, efetiva, de propriedade social, então, não se trata mais de troca mercantil e nem mesmo de mercadoria. Não se trata mais da separação entre os produtores diretos e os produtos e os meios do seu trabalho, não se trata mais do trabalhador existente apenas como mera subjetividade coisificada a serviço de outrem. As novas relações entre os diferentes trabalhadores (o programador, os diferentes programadores, os tradutores, os desenvolvedores, no caso do software livre), relações de cooperação ampliada e potencializada pelos novos meios de comunicação virtual, garantem novas relações entre esses diferentes trabalhadores e seus produtos e meios de trabalho. Esses produtos aparecem desde já, desde a sua gênese, como produtos sociais de uma coletividade. E o seu trabalho também aparece como atividade dotada de sentido, atividade livre, auto-atividade.
Atividade dotada de sentido e produto do trabalho não mais afastado de quem o produziu são sinais muito claros de mudanças radicais em relação à sociedade generalizada de mercadorias. Isso significa uma espécie de desentranhamento progressivo dos trabalhadores a partir da construção de novas relações sociais. Esse é, sem dúvida, um arranjo produtivo muito diferente da produção em bases capitalistas, na qual as mercadorias assumem o caráter de seres sociais e as pessoas assumem o caráter de coisas materiais. Eis, portanto, o grande desafio posto para movimentos como Software Livre e Wikipedia: será possível copiar esse modelo para as outras esferas da vida social?
Se a resposta, na prática muito mais do que na teoria, for "sim", então, a sociabilidade do capital está com os seus dias contados...”
(Antonio de Pádua Melo Neto , Economista, mestrando em Sociologia pela Unicamp)
O perfil do universitário hoje é de alguém que lê o menos possível, foge de debates sobre quaisquer assuntos e, na maioria, é incapaz de construir uma crítica consistente.
((Fábio Davidson, Estudante do 2º ano de Jornalismo, São Paulo))
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