quinta-feira, setembro 08, 2005

TUA NUCA



No princípio pareceu tudo tão simples, tão óbvio, tão no lugar. Aí foram surgindo fatos novos e as velhas novidades foram perdendo força, fenecendo: falimos. Nas primeiras noites, senti muita falta do teu corpo na cama: teu egoísmo manhoso me convencendo a coçar tuas costas até não mais poder, até o sono – o meu sono – chegar. Senti muita falta de teu corpo, de nada mais. O vazio que senti era palpável: tinha a proporção exata do teu corpo – do teu corpo pequeno. Nossa história – nossa história eu condensara ali, em cada milímetro da tua pele, da tua língua, da tua nuca: todos os sentidos tatuados – sintetizados na tua nuca.

(Ps.: Esse é velhinho -- mas vá lá).

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