domingo, maio 08, 2005

TÃO O QUÊ?



Num é que foi mesmo? Todo mundo pensando que não, que nada, que merda, e ela ó! Vazou bonito. Dois anos trabalhando na padaria, amassando pães para o capeta. O outro, marmanjo descarado, galinhando aí mais que não sei quê. O povo comentando – e ela quieta: estrela morta há anos luz. As amigas, as amigas sabiam! Contar pra quê? Em briga de marido e mulher...

E ele? Quando soube da notícia, dizem – dizem que chorou. Os mais próximos dizem – dizem que foi triste. Chegava dá em dó. Deus não mata, mas achata!, diziam. Ô, povo! Pimenta nos olhos, um refresco.

Da estrela, poucas notícias – e algumas lendas. Uns dizem que fugiu pro Mato Grosso com um cliente da padaria. Fazendeiro dos mais mais. Mais de dez mil cabeças! Outros? Outros dizem que caiu no mundo, virou mulher da vida. Maldade! Ô, povo! Logo ela, tão assim, tão hermética! Tão o quê? Tão na dela, tão introspectiva! Tão o quê?

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