BIGIMPRENSA TUCANA X BANDA PODRE PETISTA
“Há algo errado no paraíso,
É muito mais que contradição”
Que há algo de errado no reino petista, não há dúvidas. Com quase um mês de denuncismo intenso, o que não passava de mera especulação começa a ganhar muita – mas muita força mesmo.
Nisso tudo, há uma grande certeza: a “parte boa” do PT precisa saber reagir com força total e punir – exemplarmente, pra quem gosta da veemência da expressão – os culpados, a banda podre, o dark side da força petista (ou lado colarinho branco de algumas estrelinhas).
Excetuada a certeza acima, tudo é nebuloso. A começar por Roberto Jefferson. Estivesse vivo, Bezerra da Silva definiria o deputado como um exemplo perfeito do famoso “dedo de seta”, alcagüete “de responsa”. É engraçado que a história política do petebista não impeça a bigimprensa de canonizá-lo agora, por conta do modelito vingador exibido por ele: em tempos de São Paulo Fashion Week, a nova roupa do imperador do laranjinha é o must! Talvez por isso o núcleo das denúncias esteja em Sumpaulu. Não é lá que fica o escritório do Fernandinho? Não é lá que sobe o Serra? Não é lá que... não, não... começo a ficar conspiratório, melhor parar...
Mas que é curioso é. Veja, por exemplo, a súbita aparição do líder peemedebista entre os amigos de Marcos Valério logo após o PMDB fechar o pacto de governabilidade com o governo. Assim como Roberto Jefferson, a ex-secretária do publicitário mineiro parece estar soltando informações no varejo, como se obedecesse a uma estratégia de guerrilha cuidadosa, que visa alvos muito específicos.
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Como se – termo interessante para essa situação toda. A bigimprensa age como se soubesse disso. Age como se o PSDB fosse exemplo de moralidade política. Como se Roberto Jefferson fosse digníssimo. Como se todo PT fosse corrupto e podre. Como se não estivesse preparando o terreno para o retorno do PSBD ao planalto no ano que vem. Como se ela mesma – a bigimprensa – não tivesse minorizado escândalos do mesmo porte que o do mensalão durante o governo FHC.
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Do lado de cá da tela, tenho de ouvir Alexandre Garcia – que, em 92, elogiava em seu livro (Nos Bastidores da Notícia) o excelente político que é (suspense) Joaquim Roriz (!!!) – falar, com ares de reprovação, do fracasso ético do PT! Ninguém merece...
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Para falar da crise, é preciso relativizar primeiro a afirmação de Jefferson: “Todo mundo aqui é igual a mim, nem melhor, nem pior”. Por um lado, a afirmação é quase iluminista: liberdade, igualdade e fraternidade na veia (clap, clap, clap!). Por outro, não passa de uma tentativa de nivelar por baixo. Eu, adepto do que chamo de “lógica do menos pior”, acredito que, se Jefferson é o parâmetro, há – sim! – políticos melhores e piores. Aos céticos, dois nomes: Fernando Gabeira e Eduardo Suplicy.
Seguindo essa lógica, é preciso que atentemos para um ponto: não é o PT que é podre, mas alguns petistas. E mais: boa parte disso tem a ver com a chegada do partido ao poder. Especulando descaradamente, é provável que o mal desses petistas tenha sido acreditar que agora, com a máquina do estado na mão, seria possível abrir precedentes e assimilar práticas usadas pela direita brasileira há décadas. Tadinhos. Esqueceram de que todos os olhares da arena voltam-se para quem está no centro. E esqueceram de que a lógica do pior cego (adotada pela bigimprensa cooptada do governo anterior) não vale para a esquerda. Erraram. Foram tolos, ingênuos – burros mesmo...
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Nessa hora, impossível não se fazer uma pergunta: até que ponto essa crise não é mais um resultado do ridículo sistema político brasileiro? É, porque as trocas de partidos que incharam a bancada do PT mostraram que, no final das contas, isso não foi bom negócio pro governo. Da mesma forma, a ausência de um financiamento público de campanha, tem favorecido figuras como a de Marcos Valério, que ganham transito livre no planalto por conta de ajudas financeiras aos partidos.
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