quarta-feira, junho 16, 2004

LOTERIA DAS UNIVERSIDADES

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Li na coluna do Élio Gáspari de ontem, 15 de junho, sobre a proposta do ministro Tarso Genro de criar uma loteria para financiar as universidades públicas. Gáspari é incisivo ao criticar a iniciativa do ministro. A lógica que ele utiliza é simples. A grande maioria dos apostadores das loterias federais é de pessoas de baixa renda. O dinheiro do pobre seria utilizado para investir na melhoria da educação dos cidadãos de classe média para cima, que é quem consegue, de verdade, entrar nas universidades públicas no Brasil. (Não me venham com discursos do tipo, “nem sempre, conheço um pobrezinho que se matou de estudar e entrou”. Exceções desse tipo não dizem muito sobre a estrutura do sistema. A maioria dos estudantes de universidades públicas, não vem das periferias).

Como uma espécie de paliativo à proposta do ministro da educação, Gáspari sugere uma forma de organizar o repasse da grana arrecadada pela loteria para as universidades. Para ele, o repasse deveria ser feito da seguinte forma: para cada centavo doado à universidade por um ex-aluno, a universidade ganharia valor equivalente da verba das loterias. Seria forma de fazer os bacanas que estudaram de graça e encheram a burra de dinheiro depois de formados, devolverem um pouco da grana gasta pelo estado com eles às universidades. Pode parecer uma proposta esdrúxula, mas sabe que eu gostei? Utopia seria pensar que o governo aprovaria algo do tipo, mas que a idéia é boa, lá isso é.

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