sábado, fevereiro 14, 2004

Pra não esquecer

Embora eu saiba que ninguém tem visitado o Blog, não quero deixar órfãos meus visitantes imaginários. Para um pseudojornalista, pensar no leitor é um princípio básico. E ele/você, o leitor, está aqui o tempo todo, embora não pareça. É claro que o você em questão está mais próximo das entidades/representações imateriais de meu (in)consciente, o que não os torna, necessariamente, não-seres mas torna seu seus seres excessivamente inapreensíveis - como a verdade-mulher nietzscheana.

O importante neste post é ser suficientemente honesto para dizer que as linhas acima são praticamente vazias de sentido. Algo que vai, aos poucos, se tornando lugar-comum num microcosmo excessivamente autoreferencial (é o caso do Blog). A ausência de interferências exteriores, a ausência da relação com o outro/outra deixa tudo com um quê de brincadeira com o umbigo (por isso, de certa forma, compreendo o neologismo averbuckiano, a saber, "umbiguismo", como definição para um texto que interessa a apenas uma pessoa, no caso, aquela que escreve).

Voltando à primeira frase, pra não perder o costume de ser autoreferencial, reforço que este post tem como único objetivo avisar aos leitores (sei que não existem da forma como eu queria que existisse, mas a palavra me conforta, portanto) que não vou parar de escrever por aqui. O grande problema é que os últimos textos produzidos em minha manufatura são impróprios para a Web. Dependem excessivamente do tempo. E quando falo tempo, refiro-me ao futuro. Então, persistindo nos lugares comuns, digo que meus textos do presente só poderão ser atualizados no futuro, quando já forem (bem)passado(s). Mas se o tempo(futuro) não quiser, deixemos tudo por conta do vento e relembremos sempre a obra-prima do Veríssimo pai, terminando o post assim, (mal)assado.

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