sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Comentários sobre os comentários (sempre as dobras do discurso)

Ontem um amigo (John) fez um comentário (pessoalmente, já que ele não sabe usar o Comment do blogger) sobre o Blog. Estou tentando evitar tornar isso aqui um diário (a idéia de Big Blogger não me agrada), mas nesse caso, acho que se faz necessário uma intervenção mais personalizada.

Segundo Psico John, o Blog está confuso demais, que não está claro o público que eu quero atingir e que minhas piadinhas são sem graça (perdi o sono por causa disso, acreditem). Tendo em vista que John é uma espécie de ancião em potencial, vou continuar com as piadinhas (que no fundo não são piadinhas, entendem? isso é mais uma necessidade de quebrar o ritmo da coisa do que provocar risos... é o tempo do leitor... mas tudo bem, tenho que superar essa minha necessidade de querer explicar tudo... a incompreensão deve fazer parte do processo... e essa tecla também já foi gasta aqui).

Quanto ao público alvo, digo logo que não existe isso aqui. A idéia é juntar as mãos ao meu redor, pra não faltar amor (ver/ouvir Los Hermanos). Isso aqui é uma ilha "a milhas e milhas e milhas de qualquer lugar", nessa terra de gigantes, onde tudo já foi dito antes, pelo Humberto Gessinger ou por pessoas mais inteligentes. Meu Blog is my message in a bottle (ver The Police) pros navegantes virtuais. Quem tiver internet para ler, que me acompanhe nessa tentativa de tecer comentários sobre a vida (e sobre os bandidos). Tanto melhor se desta empreitada nascer uma teia capaz de prender (e apreender) idéias libertadoras, alentadoras, sonhadoras e "oras" afins (ver Drumond).

Hilda Hilst morreu há dois dias, mas sua obra perdura como ode ao intimismo, aos fluxos internos e à loucura (procuram saber quem é Hilda Hilst e seus cachorros).

Há muito de mim aqui. Muito fragmento. Muito complemento. E muito do que vai no momento. Portando, só pra lembrar, as incompreensões andam by my side (como os estrangeirismos).

E John, que seria de mim sem as referências? Que seria de mim sem as matrizes simbólicas que me fazem este sujeito esquisito, espasmódico e levemente esquizofrênico? Não responda. Não quero nem pensar. Portanto, ficam/fixam as referências, nem tão obscuras assim. Não há graças onde não há camadas (ainda que tênues e mutantis). Espero causar menos risos e mais inquietações.

Sejam bem vindos a meu caos, ao meu sótão, aos meus fluxos de (in)conseqüência.

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