sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Obrigado
Para Carissa

Quero escrever um texto
que seja mais que um obrigado,
mas a obrigação de fazê-lo
me deixa assim...
travado.

Então lá vai!
Vai assim
sem contexto:
tudo um mero pré-texto.

Pena ser escrito dessa forma,
num dia tão mal passado -
quase cru.

Dia onde as palavras faltam
e o poema vira aliado
da brevidade, das elipses,
das lacunas e das vaidades.

Pena ser escrito assim,
num dia que precede o carnaval e
seu fim
(o carnaval e
sua falta de fins).

É pena, é pena.
É pena que escrever é
como ser/estar:
tudo muda.

Tudo mudo:
mundo silencioso e
(in)quieto de palarvas
que se arrastam -
receando vir à luz
(ou à cruz?).

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