domingo, novembro 13, 2005

CORTADO EM CUBOS

Uma leve mudança de posição na minha cama e descubro o modo mais confortável do mundo para escrever: deitado, com o teclado no colo e a tela do computador virada pra mim (com direito a cobertores e Coldplay nos dias de chuva). Podemos chamar isso de folga, eu acho.

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(Quando toca Green Eyes eu lembro da garota e me dá vontade de gritar “atenção, atenção” com todas as forças, só pro meu grito rasgar as Minas Gerais. Aí eu sorrio. Boas lembranças têm dessas coisas).

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Descobri que não consigo mais escrever para o Psicotópicos. Pelo menos, não com a mesma paixão. O estranho é que o carinho persiste. (A relação entre o blogueiro e seu blogue lembra tanto um casamento às vezes!). Aí eu entro aqui, dou uma relida, vejo que algum náufrago enviou sinal de fumaça, saio disposto a escrever um puta texto... mas nada. Inspiração: zero. Vontade de transpirar (nos teclados): menos um. Deixo o verão pra mais tarde e vou correr por outras coisas.

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“Run, Forrest, run”. Gump deve ter enlouquecido é de tanto ouvir essa frase. E como nos repetem isso no “mundo dos cheiros”! “Run, Forrest, run”. O tempo urge, move your body, get some money, do something!!! Lavagem cerebral eficiente essa. A gente grita, esperneia, berra, mas quando menos se... cá estamos em meio à multidão, disputando uma maratona tão cruel quanto absurda. Aí a gente olha pro lado e vê que não dá pra voltar, não dá pra parar, não dá pra resistir, “não dá pra não comprar, não dá pra não assinar, não dá pra não ler”! Na melhor das hipóteses, a gente arruma um jeito de correr por fora (ou de pegar uma carona com os batedores, que é sempre uma boa pedida).

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Como é que eu estou? Bem. Correndo por fora e fazendo sinal pros batedores. Se rolar uma carona, there we go!!! Se não? Keep walking (on the rocks, de preferência).

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E eu, que queria dizer de tanta coisa? Tanto a discutir, tanto a conversar, tanto a compreender! (Se ao menos vocês soubessem!). É tanto que nem sei por onde começar. (Mentira, sei sim: O melhor é começar pelo meio; e é isso que eu tenho feito: tenho estado no meio, transitando; mas isso é uma outra conversa, e não cabe ressuscitar deleuzianas agora).

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Sim, sim: este texto não faz o menor sentido. Mas, falando sério: o Psicotópicos carecia de um pouco de non sense, não? Tava ordenado demais, o pobre. Então, aqui vai. Posto este. Corro (olha a palavra chave aí outra vez!) o risco e clico em enviar. Aqui vai: message in a bottle (pra quem tem olhos de ler). See you soon.

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