segunda-feira, julho 18, 2005

COM ELA É ASSIM

Passou o feriado em casa, engordando com a família: união televisiva. O telefone ao lado: a esperança por um fio. Ligar, não pode. Fica mal, entende? Essa coisa de parecer vulnerável não é com ela. Sim, sim, porque ela é pessoa centrada: gosta de tudo em ordem. A primeira vez, foi no escuro. A roupa, quem tira é ela (a suja, se lava em casa). Com ela é assim, feito Chapolin: movimentos friamente calculados. Friamente.

Fria, mente pra si mesma. Ao fim da tarde, o sol se pôs – e a ficha caiu. Perdeu tempo, perdeu bondes. Por fim, perdeu a cabeça e caiu no choro. Era um pulo! Era um pulo, mas os pés – os pés já não saiam mais do chão. Alguns chamavam isso de raízes, outros de solidão. Pra ela, não tem sentido o inominável. Sentido, só o nó no peito. Por que ela? Por que ela? Por que ela, que um dia – que um dia quis ser bailarina?

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