MUITO BARULHO POR NADA OU O SILÊNCIO POR ALGUMA COISA
"(...) já cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho, dou-lhe o meu silêncio".
Há dias e dias: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
Não sei de que mundos fala Nassar. Talvez daquele do qual apartou-se: o “espetacularista" mundo literário -- com seus saraus, suas noites de autógrafos e seus modismos...
Pode ser isso, e pode não ser.
Pode ser que ele fale de um mundo moderno que cansa um homem acostumado às “lavouras arcaicas”: um homem que, quando criança, olhava as galinhas e dizia que seu sonho era ser criador.
Paradoxo: não criando, em seu silêncio, Raduan criava barulho. Criando, escrevendo, buscava destruir o barulho que ele mesmo criava.
Parece estranho um escritor de textos tão pungentes falar silêncio. Talvez o faça porque a estranheza, muitas vezes, nos faz calar, perplexos. Talvez o silêncio, para Raduan, seja um sonho que ele persegue fazendo barulho, algo que ele busca em seu avesso.
Mas de paradoxal, bastam os “claricínios”...
O silêncio do blogue, serviu para fazer barulho. Muitas vezes tocamos as pessoas pelo avesso e se isso não é o melhor caminho para tocar é, ainda assim, caminho.
Por aqui, continuamos fazendo barulho, mesmo em silêncio.
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