sexta-feira, agosto 20, 2004

PSICODRAMA



Dois dias de trabalho árduo, alienado, de utilidade duvidosa. O ostracismo do Psicotópicos diz muito sobre meus dias no “mundo dos cheiros”, como diria o Zé, o outro. Mundo absorvente este: amante do não-viver.

Pensei sobre tanta coisa esta semana. Tanto espanto que nem deu pra dar conta e contar contando: até o corpo se rendeu. Cansaço físico do Psico, do utópico. Calado pela avalanche das miudezas sem importância. (São miudezas mesmo, aquele detalhe-ruim que tudo estraga).

Semana de andar “à flor da pele” e ter nos poros o “gosto do juízo final”, e não deixar a angústia vir a furo. Tá tudo aqui, preso preso. Sensação estranha essa de viver para outras vidas: lidas que nos são estranhas.

Se fosse pra viver outras vidas, que vivêssemos então as loucas, as bandidas. Às vezes suspeito que só as desse tipo são válidas em terras de canibalismo lupino.

Mas isso é só algumas vezes. Nas outras, acho que o melhor mesmo é ser vírus. Mas sobre isso, já falei em outros tempos.

Temporais, têmporas, temporalidade: escrita terapêutica. O sentido do não-sentir(-se bem).

Invenções, inversões: um mundo todo feito de chavões e de lugares comuns.

Não me leiam mais por hoje. Procurem algo melhor pra fazer. Aproveitem que saiu sol, vão à praia. Beijem beijem, amem ( amém-aleleuia-irmãos!!!). Ficar por aqui, em tempos assim? Compensa não, bobo. Vai, vai que já é hora e vez de Augustos e Matracas. Hora de ir “embora ver onde chora o cantor”...

Eu fico por aqui, alienado ado ado, fazendo eco ao coro dos renegados.

Puta-que-pariu! Que dia de merda!

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